terça-feira, 4 de junho de 2013

FESTAS LISBOA’13

EU SEMEIO VENTO NA MINHA CIDADE,
VOU PRA RUA E BEBO A TEMPESTADE

CHICO BUARQUE DA HOLANDA

Que faz a cidade sitiada pela Festa? inverte a visão do Mundo: baralha papéis, poderes e identidades. Lisboa é, neste início das Festas de Lisboa’13, a Capital de um Mundo ao contrário. na noite de 1 de junho atravessaremos o espelho …. do outro lado, reencontraremos de nós próprios uma outra imagem. Ao quebrar amarras com o quotidiano, a cidade saiu poderosamente de si própria, vogou rumo ao horizonte, retomou a voz que há muito não se ouvia, uma voz audível, desassombrada, colectiva! Se a ironia e o humor permitem abandonarmo-nos, por instantes, para a nós regressarmos revigorados e libertos, talvez a nossa tão citada periferia nos permita, mais do que a outros, essa suspensão sobre o abismo, esse recuo sobre o que fomos, somos, seremos. assim este início de festa será igualmente um início de vida no coração da cidade, onde nos manifestaremos pelo direito de ser quem somos: fronteira, limite, transição e mundo. As extravagantes figuras que invadirão o centro de Lisboa na primeira noite deste mês de Lisboa, representam os protagonistas de uma narrativa que poderá, que deverá, ser conhecida de múltiplas maneiras. Contaremos pois a nossa versão, celebrando a mais Orwelliana das metáforas; estes simpáticos animais, antes, muito antes, de serem conhecidos por Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, acaso não teriam outrora respondido ao nome de Major, Snowball, Napoleão e Squeler? Mais do que o seu triunfo, a sua decadência é a trama que nos guiou para o interior deste labirinto! Eis o enigma que nesta celebração inicial desejamos desvendar; afirmando que valor vai muito para além daquilo que nos querem fazer crer, e que idealismo, utopia e justiça são tão frágeis quanto eternos. Nessa primeira noite de junho, treze anos após o novo milénio, numa Europa que, apesar da efeméride, ainda se encontra muito longe de uma cidadania plena, quisemos que Lisboa fosse a capital do Sul e da margem; porque… ao sul estamos e da margem partimos.

O Conselho de Administração da EGEAC

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