10 de junho de 2013 | dia de Camões, das Comunidades e da Língua Portuguesa - o nevoeiro, gérmen da mudança, auspício do Quinto Império que dará à língua e à cultura portuguesas uma dimensão eterna e universal:
Quinto
NEVOEIRO
...
Quinto
NEVOEIRO
...
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
Valete, Frates.
Fernando Pessoa
*
in Fernando Pessoa, Mensagem, Introdução e Comentários de Auxília Ramos e Zaida Braga. V. N. de Famalicão: Ed. Centro Atlântico, 2010, pág. 141
Sem comentários:
Enviar um comentário