terça-feira, 22 de julho de 2014

Sonho da passagem

Viajar! Perder países! 
Ser outro constantemente, 
Por a alma não ter raízes 
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim! 
Ir em frente, ir a seguir 
A ausência de ter um fim,
E a ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.


Fernando Pessoa

Feira do Livro da CPLP abre quarta-feira no Centro de Convenções de Díli

"É uma iniciativa da CPLP, proposta por Portugal, que está a coordenar a organização. Demos uma grande atenção à presença de livros de escritores de todos os países da CPLP", afirmou Ana Paula Laborinho, presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua. Segundo a presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, na feira vão estar disponíveis umas "grandes centenas de volumes", nomeadamente dicionários, gramáticas e livros escolares.
O grande destaque da feira do livro da CPLP é a presença do escritor português José Luís Peixoto, que vai estar a dar autógrafos na quarta-feira. Durante a sua estada em Díli, o escritor terá também um diálogo com o público e serão lidos alguns excertos das suas obras.
Ana Paula Laborinho disse também que os primeiros dois dias de feira do livro são destinados à população local e que o "último dia é aberto a todo o público". A feira do livro é inaugurada terça-feira com a presença do primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.
Timor-Leste assume pela primeira vez a presidência da CPLP durante a cimeira de chefes de Estado e de Governo, que se realiza quarta-feira. A cimeira vai ficar marcada pelo regresso da Guiné-Bissau, após suspensão na sequência do golpe de Estado de 2012, e da possível entrada da Guiné Equatorial.
Fonte: Instituto Camões

Museus de Lisboa vão marcar presença nas estações de metro

Criar condições óptimas para levar os turistas aos oito museus existentes no percurso das Amoreiras ao Chiado é o objectivo de uma parceria que vai ser assinada, em breve, entre o Metropolitano de Lisboa e esses museus, alguns dos quais se situam em ruas e vielas estreitas e tortuosas, de acesso difícil.
Os museus envolvidos – Museu Arqueológico do Carmo, Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Museu da Farmácia, Museu Nacional da História Natural e da Ciência, Museu Geológico, Museu da Água da EPAL-Reservatório da Mãe d’Água e Reservatório da Patriarcal, Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva e Museu de São Roque da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa – fazem parte, desde Setembro de 2013, de um projecto conjunto, designado por Passeios com Arte e Ciência – das Amoreiras ao Chiado, ao abrigo do qual quem comprar um ingresso a preço normal para um dos museus aderentes terá direito a um desconto de vinte por cento, válido por três dias, em todos os restantes.
A parceria agora estabelecida pretende divulgar os Passeios com Arte e Ciência entre os utilizadores do metropolitano. Tendo esse objectivo em vista, foram encontradas afinidades temáticas entre as estações de metro e os oito museus existentes entre as Amoreiras e o Chiado: o pólo da Patriarcal do Museu da EPAL fica ligado à estação do Terreiro do Paço, dadas as semelhanças arquitectónicas. Na estação do Rato, haverá chamadas de atenção para o Museu Arpad Szenes-Vieira da Silva (situado no Jardim das Amoreiras), estando os dois artistas já evocados na estação, através de dois bustos que os representam.
A ligar o Museu do Carmo, no largo do mesmo nome, e a estação do Martim Moniz estará o imaginário medieval e os heróis da história de Lisboa, Martim Moniz na estação e Nuno Álvares Pereira no Convento do Carmo. Entre o Museu da Farmácia, na Rua Marechal Saldanha, junto a Santa Catarina, e a estação do Marquês de Pombal – cujo átrio principal está decorado com azulejos da pintora Menez, alusivos ao século XVIII português e à acção do marquês – haverá um nexo, o movimento iluminista e o desenvolvimento da ciência farmacêutica.
Graffitis de fósseis, numa das paredes da estação de Entrecampos, e a representação de algo que se assemelha ao Big Bang, na outra, estabelecem a ligação com o acervo do Museu Geológico, na Rua da Academia das Ciências. Na estação do Jardim Zoológico, o tema “jardim” remete para o Museu Nacional da História Natural e da Ciência.
A pintura de Nadir Afonso, que decora a estação dos Restauradores, estabelece o nexo com o Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado, onde aquele artista está representado. A ligação do Museu de São Roque, adjacente à Igreja do mesmo nome, fundada por jesuítas, missionários no Oriente, será com a estação do Parque, que evoca os Descobrimentos.
Ao abrigo do protocolo que vai ser assinado com o Metropolitano de Lisboa, será possível marcar visitas guiadas por técnicos de cada museu, com início numa estação de metro e que terminam no museu ao qual essa estação está ligada. Subjacente a esta iniciativa, está a afirmação do Metropolitano de Lisboa como museu de arte moderna e contemporânea.
Um módulo expositivo com informações sobre os Passeios com Arte e Ciência, o acervo dos museus envolvidos e ainda um mapa indicando a forma de lá chegar, irá circular pelas estações de metro com maior número de utilizadores e mais frequentadas por turistas. O módulo estará na estação de Entrecampos, entre 1 e 28 de Julho. No Aeroporto, entre 28 de Julho e 25 de Agosto. Na Alameda, entre 25 de Agosto e 29 de Setembro. No Marquês de Pombal, entre 29 de Setembro e 27 de Outubro. No Cais do Sodré, entre 27 de Outubro e 24 de Novembro. Na Baixa-Chiado, entre 24 de Novembro e 5 de Janeiro. No Rato, entre 5 e 30 de Janeiro, na Amadora-Este, entre 30 de Janeiro e 27 de Fevereiro. E em Odivelas, entre 27 de Fevereiro e 27 de Março.
Deste modo, quem se deslocar em Lisboa, usando o metropolitano, irá perceber que, em locais menos acessíveis da cidade, existe um acervo riquíssimo e variado, abrangendo várias áreas, da história às belas-artes, passando pela história da arte e da ciência. Os colaboradores e reformados do metro terão acesso gratuito aos oito museus envolvidos nos Passeios com Arte e Ciência durante o mês de Dezembro, para assinalar o aniversário do Metropolitano de Lisboa.
Texto: Isabel Braga/ ocorvo.pt

Vamos apanhar o elétrico?

No próximo Sábado, 26 de julho, a Miss Lisbon leva a cabo mais um percurso pedestre "A Lisboa de Fernando Pessoa". O roteiro tem início no Largo de S. Carlos e termina - com a ajuda do eléctrico 28 - em Campo de Ourique, à Casa Fernando Pessoa. O valor da inscrição é de 10€ e inclui já o bilhete de eléctrico e a entrada na Casa Fernando Pessoa. Inscrições para o e-mail geral@misslisbon.com.

94.º aniversário de Amália Rodrigues celebrado amanhã

O concerto, protagonizado por Teresa Salgueiro, está marcado para as 19:00 de quarta-feira, na Igreja de S. Roque, ao Bairro Alto, em Lisboa, e conta ainda com a participação especial do coro gregoriano Solemnis, do contrabaixista Óscar Torres e do acordeonista Nelson Almeida.
"Esta oratória, que tem vindo a ser apresentada em diversas igrejas portuguesas, chega agora à Igreja de São Roque por iniciativa de Leonilde Henriques", ex-secretária da Amália Rodrigues, segundo comunicado da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, proprietária do templo.
A oratória "Cânticos da tarde e da Manhã", explica a mesma fonte, "foi criada a partir de repertório litúrgico de Vésperas e Laudes" e foi gravado no ano passada pela ex-vocalista dos Madredeus para o Seminário de Almada, nos arredores de Lisboa.
"Os poemas integrados no reportório, traduzidos de antigos hinos escritos em grego e latim, e datados de várias épocas, foram musicados por diferentes compositores portugueses da liturgia", nomeadamente os padres António Cartageno e Marco Belchior, lê-se no mesmo comunicado.

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Homens e mulheres

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Coro de Câmara Lisboa Cantat apresenta-se em frente à FJS


Fundação José Saramago (FJS) convida para a cerimónia de inauguração da nova iluminação da fachada da Casa dos Bicos e de abertura do piso zero que decorrerá nesta segunda-feira, dia 14, às 22h.
Após a ligação da nova iluminação e da intervenção de representantes da Câmara de Lisboa, da FJS e da Fundação Endesa, o Coro de Câmara Lisboa Cantat apresentar-se-á nas escadarias de acesso da Casa. Os temas a serem interpretados serão:

Três Conjuros
Contra os maus encontros
Contra os maridos transviados
Contra as trovoadas

Duas canções regionais portuguesas
Canta, camarada canta (Beira Alta, letra adaptada)
Os homens que vão p’rá Guerra (Douro Litoral)

Duas canções heróicas
Acordai (José Gomes Ferreira)
Acorda meu povo (Maria da Purificação)

Na sequência, o piso zero da Casa dos Bicos, que guarda restos arqueológicos de diversos períodos históricos, será aberto ao público.

14 de julho


quarta-feira, 9 de julho de 2014

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Bom fim de semana e boas leituras!


Festival Conexão Lusófona, músicos da CPLP em grande concerto gratuito em Lisboa

O Largo do Intendente, em Lisboa, recebe a 5 de julho de 2014, às 23:00, o Festival Conexão Lusófona, que nesta 3ª edição tem entrada livre e a participação de António Zambujo, Lura, Paulo Flores, Stewart Sukuma, Paulo de Carvalho, Patche di Rima, Projecto Kaya, Calema, Couple Coffee e Laloran Tasi Timor.
O concerto, que será realizado pela primeira vez ao ar livre e com entrada gratuita, enquadra-se na programação do “Bairro Intendente em Festa”, no recém- requalificado Largo do Intendente. Com o início do concerto marcado para as 23h00, a festa começa horas antes, com a transmissão dos jogos do Mundial de Futebol a partir das 17h00.
No palco, artistas já consagrados misturam-se com novos talentos da música dos países de língua portuguesa. O evento assinala também o dia da Independência de Cabo Verde.
O Largo do Intendente, em Lisboa, recebe a 5 de julho de 2014, às 23:00, o Festival Conexão Lusófona, que nesta 3ª edição tem entrada livre e a participação de António Zambujo, Lura, Paulo Flores, Stewart Sukuma, Paulo de Carvalho, Patche di Rima, Projecto Kaya, Calema, Couple Coffee e Laloran Tasi Timor.
O concerto, que será realizado pela primeira vez ao ar livre e com entrada gratuita, enquadra-se na programação do “Bairro Intendente em Festa”, no recém requalificado Largo do Intendente. Com o início do concerto marcado para as 23h00, a festa começa horas antes, com a transmissão dos jogos do Mundial de Futebol a partir das 17h00.
No palco, artistas já consagrados misturam-se com novos talentos da música dos países de língua portuguesa. O evento assinala também o dia da Independência de Cabo Verde.
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Carlos do Carmo distinguido com um Grammy pela sua obra



Carlos do Carmo, um dos nomes históricos do fado, foi distinguido com um Grammy pela sua obra. O Prémio, anunciado a 1 de julho de 2014, foi decidido por unanimidade pelo Conselho Diretivo da Academia Latina (Latin Academy of Recording Arts and Sciences). É a primeira vez que um português recebe tal distinção.
Segundo o comunicado da Academia, Carlos do Carmo é “um dos maiores fadistas do seu tempo”. O mesmo texto refere-se às afinidades pessoais do cantor com a canção francesa e com a bossa nova, realçando “um inequívoco e definitivo estilo que o distingue como uma das mais icónicas vozes da música portuguesa”.
O papel-chave de Carlos do Carmo na bem-sucedida candidatura do Fado a Património da Humanidade é igualmente mencionado pela Academia.
Esta consagração surge no ano em que celebram os 50 anos de carreira do cantor, comemorados com reedições históricas, concertos, um disco de parceria com fadistas das novas gerações (Fado É Amor) e uma exposição na Cordoaria Nacional.
O Grammy Lifetime Achivement Award será entregue a Carlos do Carmo no MGM de Las Vegas, EUA, no dia 19 de novembro.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Escritora universal

A trasladação de Sophia de Mello Breyner Andresen para o Panteão Nacional, em Lisboa, realiza-se a 2 de julho de 2014, constituindo uma forma de homenagear " a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne" e de evocar o seu exemplo de "fidelidade aos valores da liberdade e da justiça", conforme se lê no projeto de resolução da Assembleia da República.
A cerimónia inicia-se com uma missa de caráter privado, à qual assiste a família, a celebrar às 17:30 pelo patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, na capela da calçada Bento da Rocha Cabral, saindo depois o cortejo, pelas 18:15, em direção à Assembleia da República, atravessando o largo do Rato, para seguir pela rua de S. Bento.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu aos 84 anos na sua residência em Lisboa, dez dias antes de receber a Medalha de Honra do Presidente do Chile, por ocasião do centenário do nascimento de Pablo Neruda. Ao longo da sua carreira, foi condecorada três vezes pela República Portuguesa.
A poeta, cuja obra foi objeto de prestigiantes distinções, gostava de escrever sobre o verde, o mar, as ilhas, o amor e o trágico, mas não gostava que lhe perguntassem porque é que escrevia.
“O verdadeiro artista não inventa, vê”, afirmou numa das muitas entrevistas que deu, explicando que o artista “consegue apreender na natureza, nos elementos, o elo primordial que une o Homem ao Universo”.
O cerimonial de trasladação prevê que o cortejo chegue ao Panteão Nacional pelas 19:00, onde José Manuel dos Santos, da Academia Nacional de Belas Artes, fará o elogio fúnebre, seguindo-se as intervenções do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.
Ainda na escadaria do Panteão estão previstas atuações da Companhia Nacional de Bailado e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, e a difusão de uma gravação de 1957, de uma leitura de poemas por Sophia de Mello Breyner Andresen.
Depois da assinatura do Termo de Sepultura pelo Presidente da República, pela presidente da Assembleia da República e pelo primeiro-ministro, pelas 20:00 a urna é transportada para o interior do Panteão Nacional, onde ficará depositada numa arca tumular na sala onde se encontram os túmulos do general Humberto Delgado e do escritor Aquilino Ribeiro.
Sophia de Mello Breyner Andresen é a segunda mulher a ter honras de Panteão Nacional. A Assembleia da República aprovou por unanimidade, no passado dia 20 de fevereiro, a concessão de honras de Panteão Nacional à escritora que foi também deputada à Assembleia Constituinte, em 1975-1976, realizando-se a trasladação quando se completa uma década sobre a sua morte.
A primeira mulher a ter honras de Panteão Nacional foi a fadista e poetisa Amália Rodrigues, falecida em 06 de outubro de 1999, cujos restos mortais foram trasladados do cemitério dos Prazeres para o Panteão, em julho de 2001.
Fonte: Agência Lusa
A trasladação de Sophia de Mello Breyner Andresen para o Panteão Nacional, em Lisboa, realiza-se a 2 de julho de 2014, constituindo uma forma de homenagear " a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne" e de evocar o seu exemplo de "fidelidade aos valores da liberdade e da justiça", conforme se lê no projeto de resolução da Assembleia da República.
A cerimónia inicia-se com uma missa de caráter privado, à qual assiste a família, a celebrar às 17:30 pelo patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, na capela da calçada Bento da Rocha Cabral, saindo depois o cortejo, pelas 18:15, em direção à Assembleia da República, atravessando o largo do Rato, para seguir pela rua de S. Bento.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu aos 84 anos na sua residência em Lisboa, dez dias antes de receber a Medalha de Honra do Presidente do Chile, por ocasião do centenário do nascimento de Pablo Neruda. Ao longo da sua carreira, foi condecorada três vezes pela República Portuguesa.
A poeta, cuja obra foi objeto de prestigiantes distinções, gostava de escrever sobre o verde, o mar, as ilhas, o amor e o trágico, mas não gostava que lhe perguntassem porque é que escrevia.
“O verdadeiro artista não inventa, vê”, afirmou numa das muitas entrevistas que deu, explicando que o artista “consegue apreender na natureza, nos elementos, o elo primordial que une o Homem ao Universo”.
O cerimonial de trasladação prevê que o cortejo chegue ao Panteão Nacional pelas 19:00, onde José Manuel dos Santos, da Academia Nacional de Belas Artes, fará o elogio fúnebre, seguindo-se as intervenções do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.
Ainda na escadaria do Panteão estão previstas atuações da Companhia Nacional de Bailado e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, e a difusão de uma gravação de 1957, de uma leitura de poemas por Sophia de Mello Breyner Andresen.
Depois da assinatura do Termo de Sepultura pelo Presidente da República, pela presidente da Assembleia da República e pelo primeiro-ministro, pelas 20:00 a urna é transportada para o interior do Panteão Nacional, onde ficará depositada numa arca tumular na sala onde se encontram os túmulos do general Humberto Delgado e do escritor Aquilino Ribeiro.
Sophia de Mello Breyner Andresen é a segunda mulher a ter honras de Panteão Nacional. A Assembleia da República aprovou por unanimidade, no passado dia 20 de fevereiro, a concessão de honras de Panteão Nacional à escritora que foi também deputada à Assembleia Constituinte, em 1975-1976, realizando-se a trasladação quando se completa uma década sobre a sua morte.
A primeira mulher a ter honras de Panteão Nacional foi a fadista e poetisa Amália Rodrigues, falecida em 06 de outubro de 1999, cujos restos mortais foram trasladados do cemitério dos Prazeres para o Panteão, em julho de 2001.
Fonte: Agência Lusa
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A trasladação de Sophia de Mello Breyner Andresen para o Panteão Nacional, em Lisboa, realiza-se a 2 de julho de 2014, constituindo uma forma de homenagear " a escritora universal, a mulher digna, a cidadã corajosa, a portuguesa insigne" e de evocar o seu exemplo de "fidelidade aos valores da liberdade e da justiça", conforme se lê no projeto de resolução da Assembleia da República.
A cerimónia inicia-se com uma missa de caráter privado, à qual assiste a família, a celebrar às 17:30 pelo patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, na capela da calçada Bento da Rocha Cabral, saindo depois o cortejo, pelas 18:15, em direção à Assembleia da República, atravessando o largo do Rato, para seguir pela rua de S. Bento.
Sophia de Mello Breyner Andresen faleceu aos 84 anos na sua residência em Lisboa, dez dias antes de receber a Medalha de Honra do Presidente do Chile, por ocasião do centenário do nascimento de Pablo Neruda. Ao longo da sua carreira, foi condecorada três vezes pela República Portuguesa.
A poeta, cuja obra foi objeto de prestigiantes distinções, gostava de escrever sobre o verde, o mar, as ilhas, o amor e o trágico, mas não gostava que lhe perguntassem porque é que escrevia.
“O verdadeiro artista não inventa, vê”, afirmou numa das muitas entrevistas que deu, explicando que o artista “consegue apreender na natureza, nos elementos, o elo primordial que une o Homem ao Universo”.
O cerimonial de trasladação prevê que o cortejo chegue ao Panteão Nacional pelas 19:00, onde José Manuel dos Santos, da Academia Nacional de Belas Artes, fará o elogio fúnebre, seguindo-se as intervenções do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.
Ainda na escadaria do Panteão estão previstas atuações da Companhia Nacional de Bailado e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, e a difusão de uma gravação de 1957, de uma leitura de poemas por Sophia de Mello Breyner Andresen.
Depois da assinatura do Termo de Sepultura pelo Presidente da República, pela presidente da Assembleia da República e pelo primeiro-ministro, pelas 20:00 a urna é transportada para o interior do Panteão Nacional, onde ficará depositada numa arca tumular na sala onde se encontram os túmulos do general Humberto Delgado e do escritor Aquilino Ribeiro.
Sophia de Mello Breyner Andresen é a segunda mulher a ter honras de Panteão Nacional. A Assembleia da República aprovou por unanimidade, no passado dia 20 de fevereiro, a concessão de honras de Panteão Nacional à escritora que foi também deputada à Assembleia Constituinte, em 1975-1976, realizando-se a trasladação quando se completa uma década sobre a sua morte.
A primeira mulher a ter honras de Panteão Nacional foi a fadista e poetisa Amália Rodrigues, falecida em 06 de outubro de 1999, cujos restos mortais foram trasladados do cemitério dos Prazeres para o Panteão, em julho de 2001.
Fonte: Agência Lusa
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