quinta-feira, 30 de março de 2017

LISBONWEEK'17

AR LIVRE, VISITAS GUIADAS
ARTES › EXPOSIÇÕES › FESTIVAIS

Com quintas antigas, museus e núcleos históricos bastante demarcados, o Lumiar foi o local escolhido para receber a quarta edição do LisbonWeek. De 25 de março a 2 de abril, esta freguesia acolhe aquele que é um dos maiores eventos culturais e turísticos de (re)descoberta da cidade.

Em 2017, o Lumiar comemora 750 anos, o que é razão mais que suficiente para conhecer as inúmeras histórias que guarda. Através de uma programação que vai desde o cinema à educação, passando pela arte urbana, visitas guiadas, exposições e pela música, o LisbonWeek promete celebrar a freguesia mais populosa da cidade de Lisboa. ARV

Destaques 

Circuito de arte urbana
Colocar o Lumiar na rota da arte pública da cidade é um dos objetivos do LisbonWeek. Aos fins-de-semana, os visitantes têm a oportunidade de conhecer intervenções que ficarão de forma permanente nas ruas do bairro e ficar a saber mais sobre as obras de Felipe Pantone, Vhils, Vanessa Teodoro, Francisco Vidal ou Ricardo Guerreiro, entre outros. Durante duas horas, num passeio de autocarro entre o Lumiar e Telheiras, mergulha-se num universo artístico e contemporâneo menos conhecido do público em geral.
Sáb, Dom: 11h-13h, 14h30-16h30, 16h45-18h45
  
Cinema
No dia 25 de março, o estúdio Tobis volta a abrir portas para projetar as versões originais de O Leão da Estrela e de A Canção de Lisboa, ambos produzidos por aquela que é a empresa pioneira de cinema em Portugal. Será ainda apresentado um ciclo de curtas e longas-metragens, exibidas entre 27 de março e 2 de abril, desta feita na Biblioteca Orlando Ribeiro. As Cartas da Guerra, de Ivo M. Ferreira, e Singularidades de uma Rapariga Loira, de Manuel de Oliveira, fazem parte da programação.

Serões Musicais
O Salão Nobre da Junta de Freguesia apresenta três concertos que prometem animar os serões da antiga adega do bairro. Dia 30 de março, sobe ao palco Fado Redux, uma experiência exploratória que olha para ontem e para a posteridade, ficando a noite seguinte (31 de março) a cargo do jovem rapper e morador no bairro, Estraca. No dia 1 de abril, num ambiente mais intimista, Patrícia Vasconcelos apresenta o seu novo álbum de jazz Música no Salão.
30, 31 mar, 1 abr: 21h

Arte pública no Parque das Conchas
Durante o evento, o Parque das Conchas recebe o resultado final do projeto educativo, uma instalação artística que envolveu mais de 2000 crianças das escolas e colégios da freguesia do Lumiar. Cada escola participante criará uma letra com materiais plásticos reciclados, dando origem à frase Salva os Oceanos.
  
Exposição de fotografia
A Galeria Liminare recebe Lumi é um projeto de fotografia de rua que pretende lançar um olhar profundo sobre os habitantes do Lumiar. Os fotógrafos Carlos Ramos, Rui Aguiar e Luís Mileu apresentam retratos de pessoas que refletem a diversidade e a grandeza destes rostos.

Palácios do Lumiar
O Palácio Angeja-Palmela, assim denominado por ter sido sucessivamente propriedade destas duas famílias, e o Palácio Monteiro-Mor estão entre os espaços a conhecer nesta visita guiada, que contempla ainda uma passagem pelo interior dos edifícios que hoje albergam o Museu Nacional do Traje e o Museu Nacional do Teatro e da Dança. Outro ponto de destaque desta visita é o Parque Botânico Monteiro-Mor, que encerra 11 hectares e conta com mais de 205 espécies botânicas.
Ter a Sex: 15-17h, Sáb, Dom: 10h-12h, 14h-16h, 16h-18h

Restante programação:

Igrejas e Conventos
Visita Guiada
Seg a sex: 15h-17h

Quintas do Lumiar
Visita Guiada
Seg a sex: 11h-13h, Sáb, Dom: 10h-12h, 14h-16h,16h15-18h15

Uma Pausa no Jardim
Caminhada guiada
Ter a sex: 11h-13h, Sáb, Dom: 10h30-12h30, 15h30-17h30

Quinta dos Lilases
Conferência Arquitetura
Com Manuel Salgado
29 mar

Templo Radha Krishna
Celebração Hindu
1 e 2 abr

Palácio da Quinta das Conchas
Carlos Ramos, Rui Aguiar e Luís Mileu
Lumiar
Exposição de Fotografia
25 mar a 2 abr

Parque das Conchas
Arte pública
25 mar a 2 abr

Museu Nacional do Teatro e da Dança
Entre-acto modernista
O Teatro e a Dança na obra de António Soares
Exposição
28 mar a 2 abr
Vestir hoje o Teatro e a Dança
Novos criadores portugueses nos palcos de Lisboa
Exposição
25 mar a 1 mai
Peças em Peças
Do figurar ao Trajar
Exposição
Até 30 mai

Museu Nacional do Traje
Peças em Peças
Do figurar ao Trajar
Exposição
Até 30 mai




terça-feira, 28 de março de 2017

Biblio-Expresso ou quando a biblioteca bate à porta

Em S. Brás de Alportel, a biblioteca leva os livros até à casa das pessoas.
 
Nesta vila algarvia há estantes de livros nos cafés, em estabelecimentos comerciais e no mercado e uma carrinha anda pela serra a entregar obras a quem quer ler.
Cidália Pacheco, funcionária da Biblioteca, começa a marcha pelos sítios a visitar. Vai entregar livros. Em S. Brás de Alportel não há desculpas para não ler. Quem não pode deslocar-se até à Biblioteca Municipal, ??????recebe os livros em casa.

"Criámos este serviço para as pessoas que não têm horário para frequentar a biblioteca", esclarece Cidália.
É o caso de Teresa. Explora uma bomba de gasolina, local de trabalho onde tem de permanecer muitas horas. Ocupa os tempos mortos, com um livro ao lado." Eu como gosto de ler, acho que este serviço é importante",diz Teresa, que tem um livro aberto sobre a mesa. Mostra-nos as 3 obras que tem no trabalho e que já leu recentemente.
Também Lídia, é uma leitora assídua.
Conheceu o projeto Biblio Expresso através de uma conversa com Cidália Pacheco e ficou rendida. "Ler livros é uma forma de relaxar", afirma.
Vítor Guerreiro, o presidente da câmara de S. Brás de Alportel explica que o Biblio Expresso é apenas um aspeto de um projeto mais vasto a que o município chamou "a Biblioteca Fora de Si." "Se nós esperarmos sentados que as pessoas venham à biblioteca ao encontro da leitura, sabemos que o sucesso é menor". O autarca salienta que neste projeto se insere o" Café com livros", que coloca nos cafés da terra estantes com diversas obras que as pessoas podem requisitar. Ou ainda a volta que a carrinha dos livros faz pela Serra do Caldeirão.
Quando ali chega esta biblioteca sobre rodas, uma vez por mês, reflete-se a alegria no rosto de uma população isolada e envelhecida. Uma população que até aqui não tinha hábitos de leitura e passou a ter.
Esta Biblioteca anda também pelas escolas e, de 15 em 15 dias, aos fins de semana, Cidália dá a conhecer as novidades no mercado municipal." As crianças, como já conhecem os projetos que desenvolvemos nas escolas, querem sempre levar mais um ou dois livros para casa".
Porque esta é uma biblioteca diferente, que se tornou itinerante para captar cada vez mais leitores.
Fonte: http://www.tsf.pt/sociedade/interior/biblio-expresso-ou-quando-a-biblioteca-bate-a-porta-5739346.html

segunda-feira, 27 de março de 2017

Dia Mundial do Teatro

 TEATRO NACIONAL D. MARIA II


"Abrimos as portas. Acendemos as luzes. E esperamos por si. O Dia Mundial do Teatro é isso mesmo: um momento de encontro. Um dia em que, de um modo ainda mais especial, contamos com todos para celebrar o Teatro. Este ano, saiba quais os espetáculos e atividades de que poderá usufruir:

14h Visita guiada à exposição Teatro em cartaz: A coleção do D. Maria II, 1853-2015
curadoria Lizá Ramalho e Artur Rebelo
visita por Helena Barbosa

16h e 19h Ethica. Natura e origine della mente
de Romeo Castellucii

20h Conversa com Romeo Castellucci
moderação José Tolentino de Mendonça

21h Tiranossauro Rex - Procedimento básico de memorização e esquecimento
de Alex Cassal

21h30 Ensaio para uma cartografia
de Mónica Calle

Entrada livre mediante o levantamento de bilhetes, na bilheteira do D. Maria II, a partir das 10h30. Limite de 2 bilhetes por pessoa, sujeitos à lotação disponível. Para este dia não se aceitam reservas." 


Fonte:http://www.tndm.pt/pt/calendario/dia-mundial-do-teatro-2017/

sexta-feira, 24 de março de 2017

Pai e filha – os laços do afeto são mais fortes que o Tempo

“É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há”
– Legião Urbana, excerto da canção “Pais e filho”.

“Pai e Filha” (Father and Daughter) é um filme sobre o amor incondicional e a saudade, o tipo de saudade que discretamente, porém totalmente, afeta as nossas vidas.

“Em apenas oito minutos, Michael Dudok de Wit conta a saga da personagem que, ainda criança, vê o pai pela última vez. Ano após ano, e sempre de bicicleta, retorna ao lugar da despedida, esperando que ele volte. Assim como a música ao longo da narrativa – repetição incessante da mesma melodia, que varia, tal qual o Bolero de Ravel, rítmica e harmonicamente –, Pai e Filha se estrutura a partir de sequências a princípios idênticas entre si, que, entretanto, se diferenciam na medida em que são preenchidas pelo Tempo (o devir heraclitiano). Desse modo, enquanto a roda gira, os anos passam, cada corte introduzindo nova elipse temporal. Sobre a bicicleta, a filha envelhece: nós a acompanhamos estudante, com o primeiro namorado, já casada e com filhos, idosa. Trajetória que mostra não somente a degradação física, como também, e principalmente, os sentimentos e a memória e as lembranças cristalizam, ponte entre o passado, o presente e o futuro, visível na sucessão emotiva das estações do ano e das paisagens holandesas que ambientam o filme.”
– Paulo Ricardo de Almeida

“Father and Daughter” é um filme de animação em curta-metragem holandês de 2000 dirigido e escrito por Michaël Dudok de Wit, produzido pela Cinété Filmproductie. Venceu o Oscar de melhor curta-metragem de animação na edição de 2001. De Wit também escreve e ilustra livros infantis e ensina animação e arte em escolas da Grã-Bretanha e em outros países.

Assista aqui ‘Pai e filha’ (Father and Daughter), uma emocionante animação:



Fonte:http://www.revistaprosaversoearte.com/pai-e-filha-os-lacos-do-afeto-sao-mais-fortes-que-o-tempo/

Vai uma leitura no Cais do Sodré?


«Estamos em 2017. E não é que ainda vamos bem a tempo de nos surpreendermos? Em pleno Cais do Sodré, lugar de depósito das lamúrias laborais da semana, surge algo que nos quer a qualquer hora. A livraria-bar Menina e Moça é a nova vizinha do lado do Sol & Pesca, na Rua Nova do Carvalho, e pretende provar que misturar literatura e copos não tem que ser proibido. Mais: que os livros não têm que ser vistos como uma seca. 
Aberta desde o início de Fevereiro pela mão da proprietária Cristina Ovídio (editora do Clube do Autor), a Menina e Moça insere-se num roteiro altamente turístico e com queda para o exagero durante o fim-de-semana. “Acabámos de abrir, isto ainda é um espaço desconhecido e as pessoas acabam por entrar um pouco a medo, devem ter a ideia que isto é um lugar restrito, mas nada disso, isto também é um bar, faz uns cocktails fantásticos dedicados à lusofonia que vão lindamente com umas leituras”, confirma Cristina. 
Perca-se o receio. Basta entrar e ficar cinco minutos a olhar o tecto ilustrado por João Fazenda para querer ficar. Cuidado com os torcicolos, são tramados na hora de pegar num livro. Livros? “Tenho à volta de quatro mil e tal. São sobretudo autores lusófonos, é claro que faltam autores essenciais como a Sophia de Mello Breyner ou o Herberto Helder, mas acontece que estes são aqueles que tinha disponíveis e que consegui arranjar na editora. Depois tenho uma grande colecção de física nuclear, que herdei do meu pai, bem como de poesia.”  
As traduções são outra aposta forte da Menina e Moça: com obras de Fernando Pessoa, Saramago, Mário de Sá-Carneiro, Cesário Verde, tudo em inglês, e que Cristina deseja ter em mais línguas. Mas há que ter boca para ler. No menu há tábua d’As Viagens na Minha Terra (fumeiro do Norte de Portugal) por 8,50€; tartes do dia (4,50€), imperial a 1,50€ e ainda vinhos e cocktails para todos os gostos. Menina e Moça: esperemos que dure até ficar velha.»
 

quinta-feira, 23 de março de 2017

Poesia para a alma



Uso palavras em liberdade. Sinto que o meu copo
é grande demais para mim, e inda bebo no copo
dos outros.
Sei construir teorias engenhosas. Quer ver?
A poética está muito mais atrasada que a música.
Esta abandonou, talvez no século 8, o regime da melodia quando muito oitavada, para enriquecer-se
com os infinitos recursos da harmonia. A poética,
com rara exceção até meados do século 19 francês,
foi essencialmente melódica. Chamo de verso melódico o mesmo que melodia musical:
arabesco horizontal de vozes (sons) consecutivas,
contendo pensamento inteligível.
 Mário de Andrade

Quando Ficares Velha


Quando ficares velha, grisalha e sonolenta
E te aqueceres à lareira, pega neste livro
E lê-o devagar, sonha com o olhar meigo
E com as sombras profundas outrora nos teus olhos;

Quantos amaram os teus momentos de feliz encanto
E a tua beleza com amor falso ou autêntico,
Além daquele homem que amou em ti a alma peregrina
E as tristezas que alteravam o teu rosto;
E curvando-te mais sobre a lareira ao rubro
Murmura, um pouco triste, como o Amor se foi
E caminhou sobre as montanhas lá no alto
E escondeu o rosto numa multidão de estrelas.



William Butler Yeats