Numa altura em que muito se fala de e-books ou da “exportação” de
livros de bibliotecas tradicionais para a Internet, existem alguns
países do mundo onde as obras literárias têm de percorrer quilómetros
para chegaram às mãos de quem as lê. Neste artigo, falamos-lhe de bibliotecas alternativas, sejam elas modernas ou não.
E se a sua obra chegasse no dorso de um camelo? Ou, se em vez de
visitar a biblioteca da sua cidade, tivesse de esperar por um barco? Os
casos são reais e, em pleno século XXI, servem como uma forma de
combater a literacia em países, onde a informação é escassa e tarda a chegar.
Se nalguns lugares as bibliotecas parecem ligeiramente atrasadas em relação ao seu tempo, noutros assistimos à implementação de novas tecnologias
que revolucionam por completo o acesso à informação. Os livros deram
lugar a tablets capazes de condensar todo o tipo de obras no mesmo
aparelho e já nem sequer temos de nos levantar para tirar o livro da
estante.
Ao longo deste artigo, percorremos o globo à procura de exemplos diferentes de bibliotecas alternativas.
Independentemente do tipo ou do motivo, todas se enquadram na categoria
do diferente. No fundo, apesar de serem muito díspares, há um fator
comum a todas têm em comum: levar a informação a todos os que a quiserem
consumir.
4 Bibliotecas alternativas de todo o mundo
Com um longo histórico no que diz respeito à ultrapassagem de barreiras geográficas, as bibliotecas têm sido capazes de fazer com que a literatura chegasse a locais onde os livros ainda são encarados com alguma estranheza.
Na Mongólia, um homem viaja nas costas de um camelo, transportando livros infantis pelas comunidades rurais do deserto de Gobi. Por sua vez, na Indonésia, encontramos uma iniciativa semelhante, mas desta vez a cavalo.
Bibliotecas móveis do Haiti
Depois do terramoto que abalou o país no ano de 2010, a iniciativa Libraries Without Borders (Bibliotecas Sem Fronteiras) resolveu lançar a primeira biblioteca móvel do Haiti.
Atualmente, existem três veículos, cada um deles a cobrir as zonas da
capital, Port-au-Prince, o Departamento do Norte e o Departamento do
Centro.
Na sequência do sismo, muitas bibliotecas ruíram ou
fecharam. Apesar do óbvio impacto negativo da tragédia, esta foi uma
oportunidade para fazer uma aposta mais forte na promoção cultural. As
bibliotecas ambulantes têm uma parte infantil e outra para adultos;
atualmente chegam a 6 mil pessoas, todos os meses.
Bibliotecas sobre a água
As bibliotecas sobre a água são uma forma diferente de consumir
literatura. Existem já várias iniciativas deste género, uma delas sobre o
Tamisa, em Londres. No Laos (onde a realidade é bem
diferente da metrópole britânica), mais precisamente nas nas águas do
Mekong, flutua uma livraria para crianças com cerca de mil obras. O rio
percorre todo o país, sendo que as crianças podem alugar livros,
levá-los para casa e devolvê-los antes que o barco deixe a sua cidade.
As bibliotecas sem livros são já uma realidade nos Estados Unidos.
Em vez de prateleiras poeirentas, aqui encontramos tablets,
computadores e e-readers. A primeira experiência ocorreu em San Antonio,
no Texas, e apresenta como vantagens o facto de ser possível várias
pessoas consultarem o mesmo livro, ao mesmo tempo.
À luz do que hoje conhecemos, podemos prever que, no futuro, as
bibliotecas passem a partilhar diferentes conteúdos, tornando-os
acessíveis a partir de qualquer lugar do planeta. Quem sabe, talvez um
dia se construa uma base global de conhecimento que permita
disponibilizar todos os livros para toda a gente.
A temática das bibliotecas improváveis foi explorada por Alex Johnson, num livro, de 2015, chamado Improbable Libraries.
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